Mercado imobiliário
  • 22/07/2022

Interior representou 24% do total de vendas de imóveis no Brasil

O ano de 2022 até agora é uma surpresa boa, segundo dados da Brain Inteligência Imobiliária divulgados na última terça-feira (19/07). Os empréstimos imobiliários no Brasil na modalidade SBPE registraram cerca de R$ 200 bilhões em 2021, número bastante superior ao que foi registrado no mesmo período de 2020: R$ 124 bilhões. Logo, de acordo com Marcos Kahtalian, diretor da Brain, “estamos apenas 10% abaixo do recorde histórico do mercado imobiliário”.


A pandemia mostrou que a segunda moradia, especialmente no litoral, performou de maneira bastante positiva. De acordo com Guilherme Werner, diretor da Brain, os estoques de imóveis residenciais verticais estão baixos e muitas obras estão em andamento, especialmente em SC, SP e nordeste. “É a chamada segunda moradia que vem se configurando também como a primeira”, afirmou ele.


Da mesma maneira, o mercado de imóveis no interior dos estados registrou uma preferência de investimento de muitos brasileiros. A busca por mais qualidade de vida despertada pela pandemia falou mais alto que as dificuldades macro-econômicas. Muitas pessoas resolveram voltar para as cidades menores onde a busca por imóveis horizontais é maior. Esta informação se confirma com o crescimento de 8% no lançamento de unidades residenciais nos últimos 12 meses, representando cerca de 60 mil unidades.


Nas regiões Sul e Sudeste, o município de Uberlândia (MG) lidera o ranking de unidades lançadas, com quase 26 mil unidades, seguido das paulistas Sorocaba e Campinas. Já em unidades vendidas (2016 a 2021), Uberlândia (MG) lidera com quase 27 mil unidades, seguida de Sorocaba com 22.668 e Campinas com 21.675 unidades comercializadas.


Segundo Marcelo Gonçalves, diretor da Brain, as construtoras e incorporadoras tiveram uma sensibilidade maior para entender as necessidade de conforto em seus produtos, independente de ser padrão médio ou econômico. “Existe um ineditismo nos produtos que, bem pesquisados e bem lançados, conseguem ir muito bem”, afirmou ele.


O VGL – Unidades Residenciais Lançadas, no acumulado de 12 meses, registrou crescimento de 47% o que representa R$ 22 bilhões. Já as unidades residenciais vendidas, no acumulado de 12 meses teve 10% de crescimento no interior. "Se o Brasil caiu 10%, o interior cresceu 10% em vendas”, comentou Kahtalian. 


Dados recentes do sistema Ocepar apontam que o agronegócio segue com boas perspectivas, o que favorece os investimentos imobiliários. Além disso, é culturalmente percebido que as pessoas que ganham seu dinheiro no interior, buscam investir nos locais que conhecem. Os dados provam isso quando verifica-se que o VGV vendido no interior diminuiu o estoque de 11% para 9,1%.


Intenção de compra no interior 


A pesquisa nacional realizada em maio deste ano apontou que 41% dos entrevistados tem intenção de comprar imóvel e destes, 28% ainda não começaram a procurar ativamente, 7% estão pesquisando na internet e 6% já começaram a visitar opções. 


Pinçando a região Sul, a intenção de compra está em 37%, dos quais 25% ainda não iniciaram as pesquisas, 7% já estão buscando na internet e 5% já começou a visitar os empreendimentos.


Com relação ao prazo para aquisição do imóvel, 45% dos entrevistados afirmaram que intencionam efetuar a compra em até 12 meses, 29% em até 24 meses e 21% após 24 meses.


A busca por imóveis residenciais somou 85%, imóveis comerciais 5% e ambos 10%. Já o maior desejo apontado é por casa ou sobrado de rua (59%), seguido de apartamento (21%) e o restante apontou preferência por terrenos abertos e em condomínios.


Já a motivação de compra maior continua sendo 'deixar de pagar aluguel', seguido por 'investir' e também 'upgrade de imóvel'.


Onde estão as oportunidades


De acordo com Marcos Kahtalian, as grandes construtoras estão chegando no interior e percebendo que há demanda de bons produtos com boas entregas, dentro do que ele denomina como ‘ineditismo’ no mercado de imóveis. Já Marcelo Gonçalves afirmou que, apesar das oportunidades estarem em todos os locais, é importante perceber quais são os desejos dos clientes para ser mais assertivo. “Mesmo nos momentos mais difíceis, as vendas continuam acontecendo e 1/4 de todo o mercado está no litoral e interior dos estados”, finalizou ele.


Por Tatiana Gielow, agência Basetag


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